Lésbicas lindas

Lésbicas lindas
As imagens esteriotipadas de lésbicas com aspecto masculino e vestindo roupas masculinas tendem a desaparecer

sábado, 30 de julho de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Homofobia= Ódio, preconceito, intolerância











Violência contra lésbicas no Brasil


Ser lésbica é estar exposta a diversas formas de violência ao assumir sua condição, por isso muitas são praticamente invisíveis na sociedade. Por serem mulheres e homossexuais, as lésbicas sofrem duplamente o problema da violência e da discriminação sendo no ambiente familiar a forma de violência mais grave.
Com auxilio dos direitos humanos os movimentos homossexuais têm combatido de forma enfática as práticas de violência contra homossexuais. A própria Subsecretaria de Direitos Humanos da Secretaria Geral da Presidência da Republica participa dessa luta ao desenvolver ações como o programa "Brasil sem Homofobia", lançado em maio de 2004. Um relatório feito pelo Grupo Gay da Bahia mostra que entre 1980 e 2005 mais de 2.511 homossexuais foram assassinados no Brasil e destes 3% eram lésbicas sendo que muitas delas também foram vitimas de estupro antes de serem mortas que, 60% das lésbicas no país já sofreram algum tipo de agressão por causa da sua condição sexual, o relatório anual do Centro de Justiça Global, revela que três homossexuais femininos foram mortos, sendo no Nordeste e no Sudeste, as regioes com maior incidência, as mulheres homossexuais são mais vítimas na esfera doméstica com 22,4%.
http://paralatibum.loveblog.com.br/


O que é HOMOFOBIA?


Segundo a Wikipedia, a enciclopédia livre:  

Homofobia (homo, pseudoprefixo de homossexual, fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível") é uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays,bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas intersexuais. As definições referem-se variavelmente a antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional. A homofobia é observada como um comportamento crítico e hostil, assim como a discriminação e a violênciacom base em uma percepção de orientação não-heterossexual. Em um discurso de 1998, a autora, ativista e líder dos direitos civis, Coretta Scott King, declarou: "A homofobia é como o racismo, o anti-semitismo e outras formas de intolerância na medida em que procura desumanizar um grande grupo de pessoas, negar a sua humanidade, dignidade e personalidade." Em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.
Entre as formas mais discutidas estão a homofobia institucionalizada (por exemplo, patrocinada por religiões ou pelo Estado), a lesbofobia, a homofobia como uma intersecção entre homofobia esexismo contra as lésbicas, e a homofobia internalizada, uma forma de homofobia entre as pessoas que experimentam atração pelo mesmo sexo, independentemente de se identificarem como LGBT.
Duas palavras são originárias de homofobia: (adj.) homofóbica e homofóbico (n.), termos designados para pessoas que apresentam atitudes homofóbicas ou que pensam dessa maneira.


O O

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Poesia Lírica Grega

SAFO - A POESIA LÍRICA GREGA















1. A POESIA LÍRICA GREGA - SAFO
Na Grécia Antiga deu-se o que normalmente acontece ao início das manifestações literárias de um povo. Primeiramente surgem os textos épicos, depois os líricos, em seguida os dramáticos, para finalmente aparecerem os filosóficos. Dessa forma, na literatura grega, temos a sequência: a) séc. VIII a.C. – Epopéia: Homero; b) séc. VII a.C. - Poesia Lírica: Safo; c) séc. VI a.C. – Teatro: Ésquilo; c) finalmente, séc. V - Filosofia, a pré-socrática; e séc. IV - os grandes filósofos Platão e Aristóteles.
A poesia lírica surge na Grécia principalmente com Safo, Alceu, Estesícoro e Alcmano. Nesta época, a poesia era a única forma de expressão literária, como é comum acontecer. Primeiro surgem os mitos (formas simples), depois a atualização desses mitos sob a forma literária: poesia e prosa artística.
Os poetas que mais influenciaram a época inicial da literatura grega foram, sem dúvida, Safo e Alceu. Eram da mesma região e também contemporâneos. Ambos escreviam no dialeto eólico, um dos muitos da Grécia. Como o nome indica, era o dialeto da região da Eólia, na Ásia Menor, onde se encontrava a ilha de Lesbos, terra natal dos dois grandes poetas.
2. SAFO (séc. VII a.C.)
Safo viveu provavelmente em meados do séc. VII a.C. Portanto, logo depois do grande épico Homero, do séc. VIII a.C. Foi ela talvez a primeira mulher a fazer poesia no mundo ocidental. É considerada a mais importante poetisa lírica da Antiguidade. Se Homero ficou conhecido como “o poeta”, ela era chamada “a poetisa”.
Segundo alguns teria nascido em Mitilene, na ilha de Lesbos, no mar Egeu. Outros, porém, afirmam ser ela de Éreso. De família nobre, teve acesso à cultura e às artes. Estudou música, canto e dança. Há que se considerar também o estágio avançado da cultura da Eólia, na Ásia Menor, pela influência da rica cultura jônica.
Provavelmente em consequencia de agitações políticas, Safo teve de deixar a ilha de Lesbos, e se transferiu para a Sicília, para onde também foi desterrado o poeta Alceu. Segundo alguns, foi aí que morreu já com certa idade, pois, por essa época, confessara-se uma geraitera, “um tanto idosa”.
Segundo descrições, teria sido mulher de exuberante beleza e de grande atrativo pessoal, principalmente por seus olhos negros. O historiador Plutarco (entre os séc. II e I a.C.) a chamou “A Bela”. Para o poeta Alceu, Safo era aquela de “cabelos violetas e sorriso de mel.” Para o historiador Estrabão, Safo era maravilhosa tanto física como moralmente. Com tais atrativos e conduta livre, atraiu homens e mulheres. Teria casado e tido uma filha de nome Cleis, a quem dedicou um poema.
Viúva do marido, um industrial da Sicília, tornou-se rica e exigente em termos de bem aproveitar a vida. Retornou a Mitilene E passou a viver faustosamente. Teria dito que necessitava de luxo como do sol.
Safo buscou partilhar seus conhecimentos com outras jovens. Criou um espaço de arte e cultura, que passou a ser considerado a primeira “Escola de Aperfeiçoamento”. Não seria exatamente uma escola, mas um templo de adoração às musas. Ali, ela instruía suas companheiras em música, dança e poesia e havia também ritos de adoração à deusa Afrodite. Por seus dotes culturais e físicos, Safo não só ensinava como também inspirava as suas hetaíras (o grego hetaíra, inicialmente companheira).
Como a Escola passou a ser denunciada pelas atividades desenvolvidas, os pais começaram a preocupar-se com o que suas filhas ali aprendiam. Com a desistência de muitas delas, a Escola entrou em declínio, até que fechou pela saída da hetaíra preferida de Safo, a jovem Átis. Falhou a “experiência pedagógica” de Safo na ilha de Lesbos (de onde provém o termo lesbianismo).
O grande golpe amoroso sofrido com a perda de Átis inspirou a Safo um de seus mais belos poemas de amor. Aqui, duas estrofes:
"- Mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro, Safo".-
"Seja feliz", eu disse.


E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu?
Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.


Segundo o poeta latino Ovídio (séc. I. A.C.), Safo na idade madura teria voltado a amar os homens. Há inclusive uma lenda segundo a qual teria se suicidado ao saltar de um rochedo pela paixão não correspondida por um jovem barqueiro de nome Faón. Em outras narrativas, Safo teria morrido conformada com a sua idade. Segundo ela própria, encontrava-se cheia de rugas, e sem poder compartilhar novos tálamos. Segundo ela: “o amor já não me alcança com o açoite de suas deliciosas penas”.
Segundo Quintino Cataudella: “Para muchos de los antiguos, Safo es digna de admiración. Para Estrabón, es pura, pero es condenable moralmente para otros, es una viciosa, una mujer de malas costumbres; evidente­mente, la condena moral surgió cuando se dejó de comprender la ver­dadera naturaleza de aquel sentimiento, substraído a su ambiente y a su tiempo y visto a una luz que no era la suya, según un criterio que no podía convenirle, tan lejanos se hallaban el espíritu y la atmósfera moral en que había brotado”.


3. A OBRA
Safo teria escrito nove livros de poemas. Sua poesia engloba odes, epitalâmios, elegias e hinos. Infelizmente, chegaram até nós fragmentos de poemas e talvez uma única ode completa.
A matéria poética de Safo, como não poderia deixar de ser, era o amor, o amor puro, mas também o amor erótico. A sua linguagem, no dialeto eólico, procurava ser simples e natural. Exprimia a ternura, o amor apaixonado e apaixonante, mas também as desilusões do amor. Tudo isso numa métrica própria.
Recentemente, em 2004, foi descoberto por pesquisadores da Universidade de Colônia, na Alemanha., um poema de Safo em um papiro do séc. III a.C. Foi publicado no ano seguinte, em 2005. O poema expressa o amor de Safo por suas companheiras na ilha de Lesbos. Foi traduzido do grego, em forma livre, por Martin West, da Universidade de Oxford:


Vós, meninas, entusiasmem-se com os carinhosos presentes
Das musas de seios perfumados e com a lira clara e melodiosa:
Mas o meu outrora macio corpo, agora velho
Enrijeceu; meus cabelos tornaram-se brancos, em vez de negros.


Pelo conteúdo, pode-se deduzir que se trata de obra da sua velhice. Nele, a poetisa incentiva as jovens ao amor, embora ela mesma, pela idade, já não se considere a amante de outros tempos.
4. ALGUNS TEXTOS POÉTICOS (geralmente fragmentos ou poemas reconstruídos):


1. A ÁTIS
Contemplo como o igual dos próprios deuses
esse homem que sentado à tua frente
escuta assim de perto quando falascom tal doçura


e ris cheia de graça. Mal te vejo
o coração se agita no meu peito,
do fundo da garganta já não sai a minha voz,


a língua como que se parte, corre
um tênue fogo sob a minha pele,
os olhos deixam de enxergar, os meus
ouvidos zumbem,


e banho-me de suor, e tremo toda,
e logo fico verde como as ervas,
e pouco falta para que eu não morra
ou enlouqueça.


Este é um dos mais famosos textos de Safo. É inspirado no amor que a unia a Átis, uma de suas ex-alunas e sua amante preferida. Dele, há várias adaptações e traduções. A mais famosa é a do poeta latino Catulo (séc. I a.C.), que começa com o verso: “Ille mi par esse deo videtur” = literalmente, “Ele para mim vejo ser igual a um deus”.
Analisando este poema, ninguém mais do que Longino, em O Sublime, afirma: “Não admiras como, no mesmo momento, ela pro­cura a alma, o corpo, o ouvido, a língua, a visão, a pele, como se tudo isso não lhe pertencesse e fugisse dela; e, sob efeitos opostos, ao mesmo tempo ela tem frio e calor, ela delira e raciocina (e ela está, de fato, seja aterrorizada, seja quase morta); se bem que não é uma paixão que se mostra nela, mas um concurso de paixões!”.
Outros exemplos da poesia de Safo:
2. Dominada pelo amor e para confessar o mais intenso sentimento, inicia por comparar a sua amada à mais bela das mulheres, porque só assim faria justiça à beleza dela:


Quando eu te vejo, penso que jamais
Hermíone foi tua semelhante;
que justo é comparar-te à loura Helena,
não a qualquer mortal;






Oh, eu farei à tua formosura
o sacrifício dos meus pensamentos,
todos eles, eu digo, e adorar-te-ei
com tudo quanto eu sinto.


3. O local é apropriado para viver um grande amor, daí o convite para que venham todos gozar as delícias desse sentimento, bebendo a doçura em taças de ouro. Destaque para a metáfora “taças de ouro”:


Eu vos rogo, ó cretenses, vinde ao templo:
ao redor há um bosque de macieiras,
e dos altares sempre se levantao odor do incenso.


Aqui a água fria rumoreja calma,
em meio aos ramos; cobre este lugar
uma sombra de rosas; cai o sono
das folhas trêmulas.


Aqui num campo onde os cavalos pastam
desabrocham as flores do carvalho
e os anetos exalam seu aroma
igual ao mel.


Apanhando grinaldas, vem, ó Cípris,
e dá-me um pouco desse claro néctar
que tão graciosa serves para a festa,em taças de ouro.


4. Como verdadeira mestra ensina a sua discípula a preparar-se para o amor. As deusas da beleza acolhem aquelas que se enfeitam:


Com as meigas mãos, ó Dice,
trança ramos de aneto,
e põe essa coroa
em teus cabelos:


fogem as Graças
de quem não tem grinalda,
mas felizes acolhem
quem se enfeita de flores.


5. Só mesmo quem conhece profundamente o amor pode descrever o que causa esse sentimento nos amantes:
O amor, esse ser invencível, doce e sublime
que desata os membros, de novo me socorre.
Ele agita meu espírito como a avalanche
sacode monte abaixo as encostas. Lutar
contra o amor é impossível, pois como uma
criança faz ao ver sua mãe, vôo para ele.
Minha alma está dividida: algo a detém aqui,
mas algo diz a ela para no amor viver...


6. Nostálgica, a poetisa sofre, à noite, o gosto amargo da solidão:


A lua já se pôs,
as Plêiades também:
meia-noite; foge o tempo,
e estou deitada sozinha.


7. Misturando a temática amorosa da mulher inacessível com as histórias de moral, como nas fábulas, a poetisa compara a impossibilidade ao esquecimento como uma espécie de consolo àqueles que tentaram e não conseguiram:


Como a doce maçã que rubra, muito rubra,
lá em cima, no alto do mais alto ramo
os colhedores esqueceram; não,
não esqueceram, não puderam atingir.


8. Filosófica, meio moralista, Safo enfoca a temática do belo e do bom como categorias estéticas:


Quem é belo
é belo aos olhos — e basta.
Mas quem é bom
é subitamente belo


5. APRECIAÇÃO CRÍTICA
Dentre os gregos, Safo era considerada uma dos chamados "Nove Poetas Líricos". Sua poesia é das mais sublimes, no entanto, devido ao conteúdo erótico, foi censurada na Idade Média e, assim, só chegaram poucos poemas e alguns fragmentos. Só no fim do séc. XIX arqueólogos ingleses descobriram sarcófagos envoltos em pergaminho. Em um deles, aproximadamente 600 versos eram legíveis.
Elogiada em todos os tempos, Estrabão afirmou que não sabia de nenhuma outra mulher com a genialidade e talento poético da grande poetisa de Lesbos. Baudelaire declara: "Safo viril, amante e poeta, mais bela do que Vênus, na palidez melancólica..."
Os textos de Safo em todos os tempos provocaram e continuam a provocar os sentidos. Eles nos mostram a paixão desenfreada, a perdição, mas também o amor puro e a delicadeza de seus sentimentos. Só assim poderia ter influenciado tantos poetas de Catulo a Ovídio, de Byron a Tennyson. de Baudelaire a Verlaine até chegar a Ricardo Reis (Fernando Pessoa) para citar representantes da poesia da Antiguidade, da época moderna e da atualidade.
Só a força de uma autêntica poesia, uma obra de arte, poderia ter encantado pessoas de todas as épocas e influenciado tantos outros poetas. Essa poesia encantadora é a da poetisa Safo, também ela uma mulher encantadora.




Safo de Lesbos


Postado por Jayme Ferreira Bueno 

domingo, 3 de julho de 2011

HOMOSSEXUALIDADE FEMININA


HOMOSSEXUALIDADE FEMININA

Sylvia Faria Marzano

            Existem várias teorias do porque uma pessoa é homossexual. Seja por influência ambiental, genética ou da formação psicológica; uma coisa é certa, ninguém opta por ser homossexual. Esse tipo de relação, de comportamento, é visto como uma orientação do desejo. Mas, esse conceito é recente, visto que somente em 1993, a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a homossexualidade como uma doença, passando a ser uma condição da personalidade humana. O Conselho Federal de Psicologia passou a condenar as promessas de tratamento para reverter a homossexualidade em 1999.
            Picazio (psicólogo e psicoterapeuta, 1998) acredita que todos nós recebemos desde cedo uma carga muito grande de valores negativos em relação a pessoas com orientação homossexual. Por isso, acabamos por repetir os comportamentos preconceituosos para rebater algo que não queremos para nós. Essa atitude dificulta  tanto a aceitação da diferença, como a própria auto-aceitação de uma pessoa que venha a se perceber homossexual, pois ela acredita que será condenada a ser tudo o que ouviu falar de ruim sobre os homossexuais.
            A aceitação de casais homossexuais masculinos sempre foi maior, como se identifica na mídia escrita ou falada. Ao contrário, o preconceito contra o homossexualismo feminino ainda persiste na sociedade e nas leis que ainda fecham os olhos para sua existência.
              Não temos a pretensão de determinar como se inicia a homossexualidade. Mais importante que procurar possíveis causas, é fazer com que a sociedade compreenda que a homossexualidade em si não é um mal e que o problema está na solidão,na exclusão e na marginalidade que ela provoca, nessas pessoas, pelo preconceito.
            Nesta época em que vivemos, podemos dizer que a homossexualidade feminina “saiu do armário” (expressão usada por gays e lésbicas quando assumem publicamente serem homossexuais).
            A expressão lesbianismo deriva de Lesbos, ilha grega que tinha como chefe uma poetisa de nome Safo. Esta musa escreveu versos que contam livremente o amor entre mulheres e,  seus amores e paixões por sua companheiras ( seis séculos atrás). Daí os nomes safismo, sáfico, safista e lesbismo, lesbianismo, lesbiana, lésbica, passarem a ser usados como sinônimos de tribadismo (ato de uma mulher “roçar” em outra).
            Longe de nós polemizarmos em relação à definição da homossexualidade feminina, pelo fato de que “ até hoje não surgiu nenhuma teoria que trate exclusivamente do lesbianismo. As mulheres homossexuais têm sido tratadas pelos pesquisadores como as mulheres são geralmente tratadas, como o segundo sexo.”(Charlotte Wolff).
            Em meio a vários conceitos, penso serem dois mais coerentes. Lílian Federmam (1981) define o amor sáfico: “O lesbianismo descreve uma relação na qual duas mulheres trocam fortes emoções e afetos entre si. O contato sexual pode ser parte dessa relação num maior ou menor grau, ou pode estar inteiramente ausente”. Nesta mesma perspectiva, o “Grupo de Luta pela Libertação Lesbiana” de Barcelona (1981) aprofundou: “A lésbica não persegue o prazer sexual como finalidade única na relação com a companheira. Seu objetivo não é tanto o sexo, senão a busca de níveis profundos de comunicação, esferas de ternura, carinho e delicadeza. A essência do amor lésbico é a pura sensibilidade. Poder-se-ia dizer que a lesbiana sexualiza a amizade, pois a relação sexual nasce de um sentimento profundo que tem sua base no amor.”
             Charlote Wolff bem definiu em seu livro – Amor entre mulheres – “...não é o homossexualismo, mas o homoemocionalismo, que constitui o centro e a própria essência do amor das mulheres entre si.”
            O assunto Homossexualismo Feminino vem sendo apresentado na mídia no sentido de que se discutam o assunto para uma regulamentação da união homossexual. É imprescindível dar cidadania ao homossexual. Alguns países já possuem legislações nesse sentido, que normatizam essas uniões. Na Holanda já existe até lei para adoção de crianças por casais homossexuais - a adoção pode ocorrer desde que os parceiros estejam casados ou vivendo juntos. No Brasil só temos um projeto da Deputada Marta Suplicy no sentido de legalizar essas uniões, mas que muito tem que percorrer até sair das mesas dos dirigentes.
            Um ponto importante a ser discutido e que fazem esses papéis não tramitarem é a existência dos preconceitos (mitos) mais relevantes:
1-     Gays e Lésbicas são heterossexuais frustrados – FALSO – os homossexuais são pessoas que simplesmente têm um desejo natural por pessoas do mesmo sexo e que ficarão frustrados se não viverem esse desejo.
2-     Homossexualidade é uma questão de opção – FALSO – a opção é a de viverem ou não, plenamente esse desejo, que é natural.
            Em relação então, à união homossexual, Giddens (1993) a define como “relacionamentos puros”- que se constituem basicamente pelo compromisso (sem união civil, vínculo financeiro, filhos) e pela confiança total enquanto se amam e querem viver juntos. A problemática é a de se ter como base na sociedade a “família nuclear” que é a heterossexual, onde teríamos um homem e uma mulher, e as outras formas de família, as reconstituídas (em grande número atualmente com base no aumento dos divórcios e segundos ou terceiros casamentos), as monoparentais (que geram filhos sem pais ou mães) e as homossexuais.
            Em relação à adoção de filhos por casais homossexuais femininos, Carolina J.Barboza e Tânia Aldrughi, fizeram uma pesquisa com três casais observando dados importantíssimos nesse processo:
1-     A definição sexual independe de a criação ter sido realizada por pais homo ou heterossexuais. Os pais homossexuais são mais atentos com os filhos no sentido de ensinarem a confiarem mais em si próprios e em seus sentidos, para que consigam não sofrer com os preconceitos que possivelmente venham a ser vítimas.
2-     O grande papel de uma mãe formadora de uma família alternativa é mostrar aos filhos o quanto está feliz levando a vida da maneira que leva, e que sua relação é saudável e positiva.
3-     Quanto mais natural for o comportamento dos pais em relação à família que estão inseridos, mais fácil para o filho compreender que pertence a algo natural e saudável.
4-     A família é uma referência que vai permanecer por toda a vida do indivíduo. É fundamental que essa referência seja internalizada como algo positivo.
5-     Não há divisão rígida de papéis entre as parceiras. O importante é a função dos pais como fomentadores da socialização da criança, de uma forma indiferenciada.
6-     O papel dos pais como facilitadores dos filhos para lidarem com o preconceito : o importante é a verdade e a aceitação.
           
            Essas famílias homossexuais femininas surgem numa tentativa de viver de maneira mais natural possível, não desejando mostrar que são iguais, pois não são, mas que poderão merecer respeito, direitos e espaço, pois se tratam apenas de diferentes formas de relações.
            Mas, ainda fica uma questão: será que esses casais não estariam buscando a adoção de crianças, para serem mais aceitos, menos fora dos padrões, por formarem uma família chamada “alternativa” ou “diferente” ? Há realmente o desejo de ter filhos ou esse desejo é produzido pela necessidade de enquadramento no padrão familiar?
            O assunto é delicado, amplo e necessita de discussões profissionais nos níveis sociais, legislativos e executivos para o crescimento da Sexualidade Humana Brasileira.

Dra. Sylvia Faria Marzano
Diretora do ISEXP
Fones: (11) 4232-9121


Dra.Sylvia Faria Marzano 
Diretora Clínica

Dados Pessoais:
Nome: Dra.Sylvia Faria Marzano
CRM: 34295
Especialização: Urologia e Terapia Sexual, Casal, Familias e Grupos. Terapeuta em EMDR

Formação:
Formada em 1978 pela Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP);
Especialização em Cirurgia e Urologia Pediátrica de 1979 a 1982 no Hospital Infantil Darcy Vargas de São Paulo;
Médica Assistente da Urologia Pediátrica do Hospital Infantil Darcy Vargas até 1990;
Estágio no Departamento de Urologia do Children´s Hospital Boston afiliado a Harvard Medical School de Boston, MA, USA em 1996;
Médica colaboradora do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina da Fundação ABC de Santo André, SP de 10/1997 a 07/1999.
INSTITUTO ISEXP: Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática

Rua Santa Catarina, 244 - 10a. andar - salas 1001/1003 - Centro - São Caetano do Sul - SP
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